O seminarista

Estes dias li o livro de Bernardo Guimarães "O seminarista", este livro foi escrito no século XIX e segundo a crítica literária tece várias críticas ao celibato dos padres, particularmente e longe de mim querer refutar os conceitos dos analistas da literatura nacional, tive uma visão um pouco diferente deles.
Em suma o livro retrata a história de um jovem aspirante a padre que se apaixona por uma amiga de infância, devido as pressões de seus familiares que querem por que querem que ele se torne padre, pois naquela época ser padre era algo honroso para um filho, e seus mentores religiosos que observando sua vocação estavam super interessados naquela joia que renderia muitos frutos para a sua ordem, passa a viver um conflito interior entre essa paixão avassaladora e sua vocação, resumindo tudo, o final da trama não é nada feliz (não vou contar o final, espero que vocês leiam o livro pois é muito bom..).
Devido ao meu cristianismo exacerbado não consegui enxergar as coisas do ponto de vista do celibato somente, ou a crítica a uma religião enfim, mas lendo o livro, mesmo que uma ficção percebi como a religiosidade pode ser algo perigoso seja em qual prática for, o protagonista da história vive momentos de sofrimento tão intensos, de pressão psicológica tão grande que acaba se rendendo aos dogmas de sua religião mesmo que contra a sua vontade, ou seja ele passa a ser um escravo de sua própria religião.
A religiosidade muitas vezes vem carregada de um sentimento de intolerância muito forte, laços familiares facilmente são quebrados na tentativa de se defender uma bandeira.
Todo tipo de ativismo é extremamente perigoso para nossa sociedade, na ânsia de defender nossos ideais deixamos de entender o outro, o diferente a nós, somos vítimas de um sentimento animal,destrutivo e faccioso.
Nosso mestre Jesus Cristo foi vítima desta mesma intolerância, ainda hoje vemos isto bem claro no meio cristão, as pessoas se criticam mutuamente, é um CRITICISMO sem fim, sem propósito,que não vai nos levar a lugar nenhum.
É tempo de abrirmos os olhos, a cruz não precisa ser defendida, ela fala por si só, quando olhamos para o seu lado vertical vemos o Pai Celestial querendo nos abraçar a todos sem acepção, quando olhamos para o seu lado horizontal, temos ciência de que devemos nos amar assim como Ele nos amou.

God bless you

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